Expectativas para 2024

11.12.23

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Sinto que não faz muito tempo que fiz uma lista de metas para 2023 e aqui estou novamente, pensando em 2024. Certamente esse ano foi muito diferente do que imaginei ou desejei, muitas coisas aconteceram e muitas delas eu não gostaria sequer de pensar na possibilidade, quanto mais vivê-las.


Foi um ano bastante conturbado e eu vou para o próximo com expectativas reduzidas, pois sigo tentando me recuperar dos tombos que levei e juntar os cacos. Por outro lado, sinto que aprendi muitas coisas e levarei para 2024 grandes aprendizados.


No momento não tenho grandes planos, mas quero focar em algumas áreas que precisam de atenção e continuar o que comecei em 2023. Com certeza algo muito importante que vou levar desse ano é a minha percepção sobre como encarar as situações adversas da vida e sobre o uso da internet e redes sociais.


Foi um ano de transformações nesse sentido e quero continuar desenvolvendo cada dia mais minhas impressões e ações sobre essas coisas. 


Tenho como meta estudar mais e melhorar como pessoa, esse ano comecei a estudar mais filosofia e percebi o quanto isso já gerou um impacto muito grande em mim e nas minhas percepções da vida e do mundo. Quero me aprofundar nesses estudos e em outros que penso serem relevantes e importantes para o meu desenvolvimento pessoal.


Para além das minhas prioridades que são minha família, saúde e meu negócio, também quero dedicar mais tempo aos meus hobbies que ficaram bastante negligenciados nos últimos tempos, sobretudo a caligrafia e o journaling.

Tenho outros dois planos importantes, mas o segundo depende do primeiro e o primeiro ainda é incerto, mas quando forem coisas tangíveis certamente farei comentários sobre eles no momento oportuno. Também estou na expectativa de conseguir fazer (na verdade, adquirir) algo em 2024 que se for possível, será incrivelmente bom.

No geral, apenas desejo que seja um ano mais leve e com desafios menos dolorosos, e que o clima seja mais ameno, pois não foi fácil enfrentar as ondas de calor que vieram esse ano. 

Ao restante vamos deixar reservado a cada dia o seu quinhão.

Sem criar muitas expectativas, mas torcendo pelo melhor, me despeço.

Notas sobre despedidas.

1.12.23

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Na última vez em que publiquei algo aqui, ainda havia alguma esperança reservada em meu coração. Mas daqui a dois dias conclui-se o primeiro mês desde que vivenciei um dos meus piores dias: perdi minha Serena.

Talvez o dia do acontecimento não tenha sido tão difícil quanto o dia que o antecedeu. Como dói se despedir de alguém amado ainda em vida! Naquele dois de novembro minha alma vivenciou uma dor que jamais serei capaz de descrever, eu me despedi da minha tão amada gatinha de todas as formas que pude, pedi perdão pelo que não pudemos fazer e pelo que faríamos no dia seguinte, pedi que ela fosse forte e que ela cruzasse a ponte do arco-íris com coragem, pois nós nos encontraríamos novamente nessa ou em outra vida.

Nossa conexão sempre foi de outro mundo, meu coração se conectou ao dela de uma forma que quando o dela parou de bater, eu senti no meu. E apesar da profunda dor que me dominou antes e depois, sei que fizemos tudo que era possível, inclusive cumprir nossa promessa de não deixá-la sofrer ou partir sem dignidade.

Tudo que restou foi um quadro de gesso com a impressão de sua patinha e um colar com seus pelinhos, que eu ainda não fui capaz de desembalar até hoje.

Dor, desespero, culpa, frustração, incredulidade. Por muitos dias eu fui consumida como um carvão em brasa até finalmente entender que o amor deve ser livre e altruísta, e tão somente por amor entendi que ela precisava descansar depois do longo inverno que foram seus últimos dias nesse mundo.

Não é fácil se despedir, tampouco fazer isso quando essa despedida precisa ser feita de forma não natural. Foram dez anos do mais profundo e sincero amor que poderia ter experimentado, quem seria eu para não honrar tamanha graça?

Acredito na imortalidade da alma, mas sobretudo acredito na eternidade dos laços criados pelo amor.

E aqui seguirei até o fim dos meus dias, ansiosa pelo nosso reencontro.

Pois sei que ele é certo, assim como o sol que nasce todos os dias, mesmo quando não é possível vê-lo subir aos céus em um dia nublado.

The Fairy Bible – Teresa Moorey

7.10.23

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Estou super feliz de estar firme no meu propósito de usar mais e mais esse espaço para falar sobre as coisas que eu gosto. Hoje inclusive me arrependo muito de ter deletado meus blogs anteriores, eu certamente gostaria de ver meus pensamentos passados.

Como nos velhos tempos, eu resolvi mostrar um dos títulos preferidos da minha coleção, o The Fairy Bible da Teresa Moorey.
É um dos livros mais completos sobre fadas e seres mágicos que já tive a oportunidade de ler. Muito bem ilustrado, ele conta com textos muito bem escritos e embasados no folclore e mesmo nos aspectos religiosos do Povo Pequeno.

Ele foi um dos únicos, senão o único, dessa série “Bible” que não foi traduzido para o português, mas isso não é um impedimento para desfrutar de uma ótima leitura. Recomendo!

A única coisa triste é que eu comprei na finada Book Depository e eu não sei se é possível encontrar esse livro novo em outras lojas, mas é sempre uma boa opção procurar na Abe Books, que é tipo uma Estante Virtual gringa. 

The Peter Rabbit Library

28.9.23

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Eu sou completamente apaixonada pelas obras da Beatrix Potter! Creio que a maioria de vocês conhecem a famosa história de Peter Rabbit e hoje eu quis mostrar a minha coleção de livros ilustrados por essa talentosa artista.

Ganhei esse box do digníssimo durante nossa ida a Edimburgo, durante nossa lua de mel. Estávamos visitando uma lojinha dessas que vendem de tudo um pouco e logo na entrada me deparei com uma pilha desse box da Beatrix Potter e fiquei alucinada. O box estava em promoção de £35 por £18 e então o digníssimo me fez esse mimo.


O box tem 10 livrinhos de capa dura e inclui as seguintes histórias: The Tale of Peter Rabbit, The Tale of Squirrel Nutkin, The Tailor of Gloucester, The Tale of Two Bad Mice, The Tale of Mrs. Twiggy-Winkle, The Tale of Mr. Jeremy Fisher, The Tale of Tom Kitten, The Tale of Jemima Puddle-Duck e The Tale of The Flopsy Bunnies.

Minha intenção era também fazer a coleção dos livros de bolso, porém com o encerramento das atividades da Book Depository, acredito que essa missão não seria tão fácil.

Quem sabe o mercado editorial nacional não se interessa um dia por trazer as versões traduzidas para o Brasil, né? A esperança é a última a morrer sempre. 

Continuemos esperando.

Desconectar

14.9.23

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Os últimos meses tem sido bastante intensos do lado de cá e tudo que tem acontecido me fez refletir muito sobre a vida, sobre o tempo e principalmente sobre o que fazer com ele, já que considerada a vastidão do mundo, parece ser tão pouco.

Até alguns meses atrás, tudo parecia estar bem, hoje estou aqui travando uma batalha homérica pela vida da minha gata. Estava tudo bem, hoje não sei se ela estará conosco por mais algumas semanas, meses ou anos. Será que ela comemorá seu aniversário de 11 anos?

Não sabemos. E isso tem me feito pensar sobre o meu tempo também... Afinal está tudo bem, mas para ficar tudo mal não precisa de muito.

Há tanto o que se fazer, que o tempo parece injustamente muito pequeno. Nem em todas as vidas nesse mundo eu poderia fazer e conhecer tudo que eu gostaria, o que é muito triste. Porém, há muitas coisas que posso fazer, mas não faço e tem uma razão muito simples para isso: estou perdendo meu precioso tempo com coisas inúteis.

Gastei muito tempo da minha vida com redes sociais, por exemplo. Hoje eu percebo o quanto isso consumiu parte da minha vida, seja morrendo de raiva discutindo política e saúde pública ou rolando o feed infinitamente. O dedo condicionado à posição do aplicativo na tela, abrindo-o sem perceber dezenas de vezes ao dia.

No passado isso jamais foi um problema, mas hoje eu vejo o quanto eu sempre estive imersa nessa necessidade de estar em todas as redes, chegando ao cúmulo de ter dois ou três perfis em cada uma, separados por 'nichos' de interesse.

Isso é loucura.

Eu não consegui ver o quanto o excesso de redes sociais poderia ser tóxico e contraproducente. Estava tudo bem! Até tudo começar a ficar mal.

Vivemos tempos difíceis. A internet já foi o refúgio para as pressões da vida offline, hoje a vida fora disso aqui é que virou um lugar seguro.

Não há nada que passe impune ao julgamento digital, nem mesmo uma boa ação. Nada passa pelo crivo do usuário da web sem sofrer duras críticas, quando não ataques desproporcionais. Estar no ambiente virtual de forma constante é apenas para os fortes e destemidos.

E a comparação? Ah essa criaturinha insolente que não perde a oportunidade de aparecer sempre que pode.

E com isso eu percebi que estou me sentindo cansada e com uma necessidade enorme de me desconectar cada vez mais. Já consegui deixar de lado o Facebook há anos, mas mantinha várias contas 'nichadas' no Twitter e Instagram.

Comecei a me cansar delas também. Desativei todas que pude, mantendo apenas a minha conta principal no Instagram e Twitter, além de claro, as redes sociais da minha papelaria. 

Contudo, nos últimos dias também estou me sentindo muito negativa em relação ao Twitter, algo que achei que nunca seria possível, já que é uma rede que uso frequentemente desde 2009. Mas esse dia chegou, eu entro e me sinto impelida a sair quase que de imediato, naquele bom e velho "sem tempo, irmão". 

Eu deslizo o feed e pouco se aproveita do que vejo ali e não necessariamente seja porque as pessoas misteriosamente ficaram tediosas, mas porque realmente aquele tipo de conteúdo não tem me interessado mais.

Meu desejo hoje é dedicar o meu tempo à minha família, ao meu trabalho, aos meus passatempos e a todo o infinito de coisas que existem nesse mundo e eu quero aprender e tudo que quero fazer e criar antes da minha vida findar. E não é possível fazer tudo isso e ainda rolar o feed das redes desenfreadamente.

Eu preciso escolher as minhas prioridades. 

E agora a minha prioridade não é ser uma presença digital constante, hoje a ideia de virar um ser mitológico, cujo paradeiro as pessoas apenas imaginam, me apetece muito mais. Se um dia já quis o contrário, esse dia já ficou no passado.

Urge a necessidade de uma vida digital mais intencional e comedida, eu preciso disso como uma abelha precisa do pólen das flores. 

Ainda há muito a se dizer sobre tudo que tenho sentido, mas com o coração mais leve, por hoje me despeço.

Com carinho.

Notas sobre o fim das férias

31.7.23

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Julho acabou e com ele também se foram as nossas férias. Tenho sentimentos mistos sobre isso, mas não acho que seja relevante comentar a respeito, pois creio que todo mundo se sente da mesma forma.

Não fiz nem metade do que gostaria, pois tivemos que resolver muitas pendências. Mas conseguimos fazer algumas coisas bem legais.


  • Assistimos novamente vários filmes do Studio Ghibli.

  • Fomos à Liberdade/SP e compramos várias guloseimas.

  • Comemos muitas coisas estupendas ao longo do mês.

  • Levamos a Alice para 'pescar' e pela primeira vez ela teve contato com a vida aquática que ela tanto ama. Inclusive ela 'batizou' os peixinhos do tanque e todos passaram a se chamar Mike.

  • Fomos à Jacutinga/MG e comprei algumas peças de tricô muito bonitas. É sempre agradável cruzar a fronteira.

  • Tive muitos pensamentos sobre o futuro e estou em um momento de entusiasmo, que devo aproveitar ferozmente, pois momentos como esse são raros.

  • Conclui que não poderei postegar a compra de uma cristaleira por muito tempo, já não tenho onde acomodar minhas louças com eficiência.

  • Li bastante.

  • Continuei estudando italiano. Inclusive nesse meio tempo passei a ser mãe e esposa de cidadãos oficialmente italianos, o que foi resultado de mais de uma década de muito empenho por parte do meu digníssimo em reunir uma quantidade estratosférica de documentos.

  • Passei a primeira quinzena do mês bastante aflita em relação à saúde da Serena, minha gata mais velha, porém após uma bateria de exames e procedimentos, constatamos que por hora não é nada muito preocupante. (Edit: é preocupante, sim. O primeiro exame não detectou o real problema, no segundo veio o resultado que não gostaríamos de receber, mas seguimos firmes no tratamento dela).

  • Sigo fazendo meu tratamento odontológico que posterguei durante anos e com isso fiquei com a extração dos dentes do siso agendada para o mês de agosto. Estou procurando não pensar muito sobre isso. (Edit: deu tudo certo e minha recuperação foi ótima).

  • Tenho dormido melhor, exceto por alguns episódios bem mais pontuais de insônia.

  • Tenho pensado muito sobre as redes sociais e internet e em como quero conduzir minha presença digital daqui para frente. Sei o que quero, mas ainda não sei como fazer.     

Para o segundo semestre (útil) do ano, pretendo:

- Continuar cuidando da minha saúde (e da minha família).
- Melhorar nossa alimentação.
- Manter o estado de espírito satisfeito em que me encontro.
- Me dedicar mais aos meus hobbies.
- Testar mais receitas culinárias.
- Trabalhar mais intensamente nos projetos que temos para o nosso negócio no ramo de papelaria.
- Organizar melhor o ambiente de forma geral.

Ademais, sigo com a cabeça fervilhando constantemente. Ora com aleatoriedades, ora com profundidades que beiram o núcleo terrestre, porém sem chegar a conclusão alguma.

Há muito sobre o que pensar e também sobre o que falar, mas nesse momento, apenas me despeço.

Com carinho,

Reflexões - Cap. I

4.3.23

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Estava aqui ponderando sobre a vida enquanto fazia alguns serviços domésticos e cheguei à algumas conclusões.

Já faz algum tempo que eu sinto uma inquietação quando penso em tudo que já fiz, em tudo que gostaria de fazer e principalmente nas coisas que deixei de fazer. Arrependimentos a parte, eu tenho pensado muito na forma como conduzo a minha vida e em todas as influências as quais estou exposta diariamente.

Estamos diante de um momento de despejo de informações. Tudo é excessivo, verborrágico e imediato, tudo precisa ser processado em segundos. Se não couber em dez ou quinze segundos perde o valor.

Eu sou remanescente de outra época e perceber que estou me habituando a essa era imediatista e com pouca profundidade está me assustando um pouco. Não foi isso que prospectei para a minha vida adulta.

Sou da época dos textos grandes e dos filmes de três horas e meia de duração. Notei que essa minha habituação a era do 'estalo', como costumo chamar, tem me causado danos em várias frentes da minha vida.

Eu, que sempre tive uma escrita impecável e tão sempre muito elogiada, me vejo cometendo erros bobos por falta de atenção. Perdi a fluidez ao tentar discorrer sobre uma ideia, estou com as habilidades motoras relacionadas à escrita manual prejudicadas e fui acometida pelo mal do século: a pressa de consumir informações rapidamente e em excesso.

Isso tem resultado no único cenário possível: começo várias coisas e não termino nenhuma, me interesso avassaladoramente por algo e no minuto seguinte esse interesse se desvanece e é como se nunca tivesse existido.

E com isso estou sentindo minha vida escorrendo por entre meus dedos. Me sinto improdutiva e frustrada, como se não fosse boa suficientemente para fazer nada.

Anseio de forma voraz por complexidade, mas quando me deparo com ela me assusto, me retraio e muitas vezes declino. Acabo cedendo à comodidade das águas rasas e ali permaneço me sentindo incoerente com meus sentimentos, desejos e visão de mundo.

Sempre tive como princípio tentar ser uma pessoa melhor, deixar uma marca positiva no mundo, na vida das pessoas que cruzassem meu caminho, usar minha existência para ser e fazer algo bom, mas isso dá trabalho.

E estamos numa época que ninguém quer ter trabalho com nada, inclusive eu. Então sigo me sentindo incoerente, frustrada, rasa e improdutiva. 

A faísca do desejo de mudar essa perspectiva já existe, os pequenos passos rumo a um cenário diferente começaram a ser dados, porém, ainda é muito difícil e desgastante. Mas eu não quero chegar no fim da minha vida com o sentimento de que não fiz e não me esforcei em ser o máximo que eu poderia, que eu simplesmente segui o curso do rio para não ter que me debater contra a correnteza.

Eu só quero encerrar a minha existência nesse mundo sabendo que fui o melhor que poderia ter sido e não quem era mais fácil eu ser.

Good Faeries, Bad Faeries

11.1.23

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Tenho uma sensação constante de arrependimento por não ter explorado mais os sebos que visitei durante minha ida para a Irlanda em 2013 e acabei indo olhar os livros que trouxe de lá. Sim, lamento não ter explorado cada prateleira daquela, não ter entrado em cada portinha que anunciava livros de segunda mão e não ter comprado uma mala a mais para trazer todos os tesouros que com certeza teria encontrado.

Mas nunca é tarde e é certo como o dia que amanhece que eu iremos pra Irlanda novamente. E se depender da minha paixão e do digníssimo por aquele lugar, certamente não serão poucas vezes, já que sempre teremos a ‘desculpa’ de fazer o combo Irlanda & Escócia que são paixões eternas em nossas vidas. Então a minha chance de garimpar os sebos chegará no seu devido tempo.
Um dos tesouros encontrados lá, mais precisamente em alguma esquina de Dublin, foi o livro Good Faeries, Bad Faeries do Brian Froud. Não é preciso pensar muito para saber que o Sr. Froud é um dos meus ilustradores preferidos e encontrar um livro dele por poucos euros foi motivo para pulinhos e crises histéricas no corredor da loja, sorte que não havia ninguém que entendesse português nas imediações naquele momento.

Pegar esse livro hoje foi um misto de euforia e nostalgia, uma sensação ‘quentinha’ invadiu meu coração e eu senti vontade de registrar em fotos esse meu pequeno tesouro de forma bem aleatória. Resenhas e opiniões sobre o livro à parte, vamos aproveitar hoje somente a beleza e talento impressos nessas páginas.

Até mais! ♥

Janeiro, 8.

8.1.23

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Olá!

Espero que tenham tido um bom início de ano. Saibam que desejo meus melhores votos para que todos tenham um ano mais leve e gentil do que os anteriores foram.

Já faz algum tempo que não sou tomada por aquele sentimento de renovação que supostamente um novo ano trás, talvez seja porque os últimos anos não foram muito fáceis de modo geral. Iniciei o vigésimo terceiro ano desse milênio sem muitos planos, mas tomada por um desejo visceral por dedicar algum tempo às coisas que me trazem algum conforto e felicidade.

E assim tenho feito... Estou firme e constante nos meus estudos de caligrafia. Estou fazendo um curso de Caligrafia Tradicional Brasileira pela Donkey Handwriting e recentemente adquiri o curso de Manuscrita Documental com a mesma escola. E de forma autodidata também estou estudando outros estilos caligráficos como uncial, spencerian e foundational hand.

Recentemente também redescobri meu apreço por iluminuras medievais e também as inclui entre meus estudos, inclusive até me aventurei em tentar reproduzir algumas letras capitulares.

Nessa ocasião eu usei materiais improvisados, mas agora já estou providenciando pincéis melhores, um papel mais rígido e outras cores de tintas. Percebam que a letra "A" à direita eu preenchi com canetas em gel e o "P" à esquerda eu usei tintas para caligrafia nas cores ouro e bronze. E mesmo assim fiquei bastante satisfeita com o resultado.

Quanto aos treinos de escrita cursiva, tenho evoluído a passos lentos. Não tenho domínio sobre as penas e por hora achei melhor voltar aos exercícios básicos dos estilos spencerian e copperplate e me concentrar melhor na escrita cursiva tradicional, que já será um grande avanço no meu desejo de escrever cartinhas para as minhas amigas e o livro de receitas pra minha pequena Alice.

Então nesse momento os treinos da caligrafia cursiva básica estão sendo feitos à lápis e confesso que tenho dificuldades também com algumas letras, seja pela coordenação motora ou pelo simples fato de não simpatizar com a grafia dela. Mas tive algum avanço nessa empreitada...

E como todos esses treinos e minha mente voltada totalmente para a arte notei que tenho tido pensamentos menos nebulosos, mas também que o desejo pulsante de adentrar cada vez mais no meu mundo ficou mais acentuado também.

Seja pelo momento conturbado que ainda vivemos ou pelo simples fato da arte me apetecer mais, já estou sem paciência para muitas coisas. Me entedio com facilidade e com a mesma frequência me aborreço e num instinto de autoproteção, me recolho e me fecho.

E com isso eu senti uma necessidade de ter um espaço em casa para me dedicar às artes sem a interrupção do computador, mas não via meios pra isso. Até que uma visita à casa de minha mãe e um pouco de perspicácia do digníssimo encontramos uma solução: um espacinho entre a parede e o guarda-roupa em nosso quarto, onde com ânimos felizes colocamos uma pequena mesinha e duas prateleiras.

Ali ficarão meus materiais de caligrafia, pintura e journal, bem como os livros que pretendo ler a curto prazo, pois também elegi esse cantinho para parte das minhas leituras de livros físicos.

Ainda há necessidade de melhorias, pois não fiz nenhuma decoração e a parede precisa de pintura antes que eu possa de fazer algo ali, mas já estou muito feliz com o prospecto de ter esse espacinho tão especial pra mim. E assim que possível trarei mais detalhes sobre ele por aqui.

Com carinho,
Priscila