Produzir, render e morrer.

13.5.24

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Eu tenho pensado com frequência em algumas questões e hoje aproveitei o ensejo de uma publicação que vi no Instagram para escrever um pouco sobre isso.

Basicamente é sobre a nossa relação com o lazer e descanso.

Estamos vivendo a era da 'produtividade' e essa é uma premissa que se debruça sobre as nossas cabeças sem um pingo de compaixão. Principalmente para quem vive nas grandes metrópoles, isso é ainda pior: as pessoas estão sempre correndo para lá e para cá, correm porque não há tempo, é preciso acomodar dezenas de atividades naquelas poucas horas do dia.

As pessoas têm tantas coisas para fazer, que chegam a desejar que o dia tivesse mais horas do que tem para que pudessem 'dar conta de tudo'. Não vou me prolongar nos motivos para isso, pois todos já sabemos, mas basicamente se resume à necessidade das pessoas de sustentar a si e aos seus.

Se a pessoa em questão for uma mulher, pode acrescentar aí mais uma porção de atividades e 'obrigações' depois do expediente que lhes rende o pão de cada dia, não sobra tempo para mais nada. 

Às vezes até sobra e é sobre esse tempo específico que eu dispenso algumas reflexões. Na teoria, após um dia de trabalho e após o término das atividades extras do dia, o suposto tempo livre deveria ser destinado ao lazer ou a, no mínimo, o descanso.

Mas as pessoas não conseguem. Sentem-se culpadas por não usarem aquele 'tempo livre' de forma 'produtiva', sentem-se culpadas por descansar. O mesmo acontece em relação aos seus passatempos, estudos, lazer... 

Muitas pessoas são levadas a crer que, dispensar algum tempo para si apenas pela satisfação pessoal, é perda de tempo. E isso se agrava e se expande um pouco mais no que tange os passatempos: devem, no mínimo, serem rentáveis, então!

Quantas vezes ao expressarmos o desejo de fazer ou aprender algo, somos confrontados com a seguinte pergunta: "Isso dá dinheiro?". Estamos vivendo em uma época em que tudo precisa ser monetizado de alguma forma para não ser perda de tempo.

O destino de todas as coisas deve ser a rentabilidade, quando não a produtividade. E então nos damos conta que vivemos em um mundo em que devemos produzir, render e morrer. Do contrário, é tudo perda de tempo.

Aqui não falo sobre as pessoas que transformam um hobby em trabalho, seja por necessidade ou por vontade própria, mas sim sobre a pressão externa que todos sofremos para que tudo o que decidirmos fazer na vida tenha fins profissionais. Não havendo essa possibilidade ou desejo, tudo é considerado "perda de tempo".

Com isso vamos sufocando cada vez mais nossos sonhos, nossas alegrias e nossa satisfação pessoal. Quando foi que tudo ficou desse jeito?

Quando foi que descansar ou simplesmente fazer algo para se sentir feliz passou a ser considerado tempo perdido? Em que momento nos transformamos em máquinas?

A partir do momento em que me dei conta disso, passei a tentar em fugir desse ciclo, mas confesso que às vezes é exaustivo. Mas uma coisa eu sei: precisa existir mais verbos entre produzir, render e morrer e no que eu puder, conjugarei tantos quantos forem possíveis.

Enquanto isso, por hoje, apenas me despeço.

Notas sobre o primeiro quarto do ano.

27.4.24

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Não esperava passar tanto tempo sem aparecer por aqui, mas não é como se eu simplesmente não estivesse fazendo nada suficientemente relevante para compartilhar, pelo contrário. Apenas não me lembrei de fazer isso.


Cheguei nesse ano sem muitas expectativas, mas confesso que ele está me surpreendendo positivamente em muitos aspectos, embora algumas coisas que achei que estariam em andamento nessa altura do ano, não aconteceram e nem sei se vão acontecer. Mas a vida é assim mesmo, de onde esperamos muito, nada vem e de onde não esperamos nada, vem muito.


Retomei não apenas o prazer pela leitura, mas como também o ritmo há muito perdido! Já li dezessete livros desde o início do ano e estou muito feliz por isso e por fazer isso por satisfação, por mim, pelo meu lazer e autocuidado. Estou ainda mais entusiasmada por estar lendo clássicos esse ano, pois confesso que os negligenciei por muito tempo e hoje percebo que isso se deu tanto por imaturidade para entender narrativas, como a leitura obrigatória em idade que eu não tinha intelecto suficiente para compreendê-los.


Atualmente estou lendo Os Miseráveis e nem aquelas 1511 páginas conseguiram me fazer esmorecer, pelo contrário, tenho certeza que será um dos livros da minha vida, pois estou devorando cada página com a maior satisfação do mundo. Além dele, tenho lido outros livros paralelamente também, afinal a fila de espera é longa.


Também adquiri muitos livros novos nos últimos meses, talvez até em excesso, mas já era minha intenção há muito tempo de ter um acervo pessoal com títulos interessantes em suas versões físicas, então tenho aproveitado as promoções. O Kindle facilitou muito a minha vida de leitura, porém não abro mão de ter e ler livros físicos, sobretudo de obras que eu gosto e pretendo ler mais de uma vez.


Fora isso, tenho me preparado para alguns acontecimentos corriqueiros da vida que acontecerão nos próximos meses e que estão me trazendo bastante entusiasmo e alegria, algo muito útil depois de um ano tão pesado como foi o passado.

Também iniciei alguns estudos paralelos e estou me dedicando mais aos meus passatempos, bem como experimentando coisas novas, mas isso é assunto para outra publicação para não prolongar essa demais indevidamente.


Estou me sentindo feliz e com um entusiasmo que há muito não sentia. Torço para que o ano prossiga nesse ritmo positivo e eu possa manter meu estado de espírito tranquilo.

Pretendo me esforçar mais na escrita, então empreenderei esforços em retornar aqui mais vezes.


Com votos de alegria, me despeço por hoje.

Expectativas para 2024

11.12.23

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Sinto que não faz muito tempo que fiz uma lista de metas para 2023 e aqui estou novamente, pensando em 2024. Certamente esse ano foi muito diferente do que imaginei ou desejei, muitas coisas aconteceram e muitas delas eu não gostaria sequer de pensar na possibilidade, quanto mais vivê-las.


Foi um ano bastante conturbado e eu vou para o próximo com expectativas reduzidas, pois sigo tentando me recuperar dos tombos que levei e juntar os cacos. Por outro lado, sinto que aprendi muitas coisas e levarei para 2024 grandes aprendizados.


No momento não tenho grandes planos, mas quero focar em algumas áreas que precisam de atenção e continuar o que comecei em 2023. Com certeza algo muito importante que vou levar desse ano é a minha percepção sobre como encarar as situações adversas da vida e sobre o uso da internet e redes sociais.


Foi um ano de transformações nesse sentido e quero continuar desenvolvendo cada dia mais minhas impressões e ações sobre essas coisas. 


Tenho como meta estudar mais e melhorar como pessoa, esse ano comecei a estudar mais filosofia e percebi o quanto isso já gerou um impacto muito grande em mim e nas minhas percepções da vida e do mundo. Quero me aprofundar nesses estudos e em outros que penso serem relevantes e importantes para o meu desenvolvimento pessoal.


Para além das minhas prioridades que são minha família, saúde e meu negócio, também quero dedicar mais tempo aos meus hobbies que ficaram bastante negligenciados nos últimos tempos, sobretudo a caligrafia e o journaling.

Tenho outros dois planos importantes, mas o segundo depende do primeiro e o primeiro ainda é incerto, mas quando forem coisas tangíveis certamente farei comentários sobre eles no momento oportuno. Também estou na expectativa de conseguir fazer (na verdade, adquirir) algo em 2024 que se for possível, será incrivelmente bom.

No geral, apenas desejo que seja um ano mais leve e com desafios menos dolorosos, e que o clima seja mais ameno, pois não foi fácil enfrentar as ondas de calor que vieram esse ano. 

Ao restante vamos deixar reservado a cada dia o seu quinhão.

Sem criar muitas expectativas, mas torcendo pelo melhor, me despeço.